terça-feira, 9 de junho de 2009

Decidir sobre o que vestimos: mais do que combinar cores é uma questão de conjugar moda, tecnologia e função

Em 1969 o criador de moda Paco Rabanne questionava-se desta forma: “O que será o vestuário do futuro? Talvez possa ser utilizado como spray e a mulher possa vestir-se com um aerosol colorido aderente ao corpo, ou em arcos luminosos que mudam de cor com a luz do sol ou até com as suas emoções … o vestuário pode vir a alternar efeitos de transparência com efeitos estéticos, reflectindo estados de espírito e de atitude desprovidos de todo o tipo de restrições, criando novas abordagens … livres, verdadeiramente livres”.

Na história da moda, Paco Rabanne http://www.pacorabanne.com/ ficou famoso pelas propostas futuristas da década de 1960 e foi pioneiro a combinar os têxteis com materiais como o plástico e metais. Coco Chanel apelidava-o de “metalúrgico” e com os avanços da tecnologia, percebemos que aquela visão fabulosa, com 40 anos, pode agora ser materializada.

Jenny Tillotson, Directora Criativa do Sensory Design & Technology e Investigadora no Central Saint Martins de Londres, coordena o projecto Smart Second Skin www.smartsecondskin.com/main/home.htm que explora a interacção entre os têxteis e as emoções pessoais.

Hussein Chalayan é um dos mais criativos e inovadores criadores de moda da actualidade. É um entusiasta da ciência e fascinado pela política e entende que a forma como nos vestimos demonstra uma certa atitude perante o tempo em que vivemos. As colecções dele são verdadeiros showcase de ciência e tecnologia, de que é exemplo a forma como desafiou as passerelles com a colecção primavera / verão one hundred eleven (veja alguns momentos no vídeo em baixo).

Estes projectos ilustram como a ciência está a sair dos centros de investigação, como já desfila nas passerelles e em que instante pode chegar às lojas. O percurso pode ser longo, mas há macro tendências que criam uma perspectiva sobre novos paradigmas de inovação.

A questão que se coloca neste momento é exactamente esta: com que materiais vamos trabalhar no futuro, como os obtemos, como os processamos e que performances permitirão obter?

A ciência está a responder com novos produtos, mais específicos e mais adaptados, que exigem novos desafios de inovação e desenvolvimento em design, em novos materiais que respondam de forma inteligente a influências externas como a mudança de temperatura, humidade, químicos e bactérias, luz e radiação, fogo e descargas eléctricas, para a produção de vestuário nas mais variadas aplicações. A estas tendências a indústria tem que responder com doses elevadas de integração de tecnologias avançadas. As empresas impulsionam sempre o seu lado mais industrial, mas a tendência agora é a de incorporar conceitos e metodologias capazes de criar uma simbiose entre tecnologia, moda e função.



Vestuário High-Tech Inteligente
http://www.forbes.com/2007/03/19/hightech-function-clothing-forbeslife-cx_hp_0320smartclothes.html

Produzir fibras têxteis electrónicas
http://www.technologyreview.com/article/22505/

Como funciona o vestuário inteligente
http://computer.howstuffworks.com/computer-clothing.htm

Um caso de high-tech em Portugal
http://www.petratex.com/gca/?id=29









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