terça-feira, 28 de julho de 2009

Procuram-se ideias

A primeira fase do pipeline de inovação é o recrutamento de ideias e projectos. A qualidade dos outputs vai depender naturalmente da base de recrutamento e do processo de triagem.

Como e onde recrutar ideias na organização? Dois caminhos possíveis: 1) propor desafios de negócio, focando o âmbito das ideias e eventualmente seleccionando os participantes e 2) alargar a base de intervenção e deixar os principais filtros para a fase de triagem.

No primeiro grupo estão os brainstormings orientados ou workshops de co-criação e outras plataformas de colaboração. São eficazes nos resultados, especialmente se considerarem as competências formais e não formais dos participantes, mas desperdiçam o capital de criatividade disperso pela estrutura.

Rowan Gibson e Peter Skarzynski defendem, no seu livro Innovation to the Core (lançado em Março de 2008), que numa pool de mil ideias, é de esperar seleccionar 100 ideias para piloto, transformar 10 pilotos em projectos e identificar 1 inovação radical.

Partindo desta probabilidade de 0,1%, é preciso um largo universo de ideias para fazer gerar ideias ou projectos potencialmente disruptivos. Por isso é importante montar mecanismos que permitam alargar a pool.

Os concursos de ideias podem ser uma boa resposta. E o seu papel vai para além do abastecimento do pipeline de inovação – a participação aberta a todos contribui para criar uma cultura de inovação e um sentido de pertença.

Os prémios dos concursos podem ajudar a enriquecer o plano de comunicação, especialmente se oferecerem experiências memoráveis (um i-phone na altura do seu lançamento, uma viagem a um destino exótico, um jantar num restaurante de charme), mas não são (e ainda bem!) os principais dinamizadores das participações.

A gestão do pipeline de ideias não se esgota na gestão das entradas. Inclui toda a evolução das ideias no processo de triagem até à sua implementação, onde a entrega às áreas de negócio é muitas vezes um tema sensível. E as métricas de gestão devem naturalmente acompanhar as várias fases.

Sobre os resultados dos concursos de ideias, é importante manter expectativas realistas. Identificar uma inovação potencialmente radical num concurso de ideias é como encontrar uma agulha num palheiro. Por este motivo, várias empresas optam por colocar o foco dos concursos de ideias na procura de soluções de melhoria contínua.

Seja qual for o principal objectivo dos concursos de ideias para a gestão, estes mecanismos são um importante contributo para a canalização e sistematização da inovação na empresa.


Recomendo o link
http://www.rethinkinggroup.com/rowan/images/RGArticles/A45_InnovationThroughPeople_2008.pdf Innovation through people, by Rowan Gibson
Tópico: importância dos mercados abertos de ideias nos sistemas de gestão de inovação.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A importância da Vigilância Tecnológica – Pequeno-almoço amanhã no Hotel Quinta das Lágrimas

Tendo em conta a importância que a Vigilância Tecnológica representa na optimização do Sistema de Gestão de Investigação, Desenvolvimento e inovação (IDi), a Clarke, Modet & Co. - Portugal decidiu organizar dois pequenos-almoços de trabalho, sobre o tema “A importância da Vigilância Tecnológica para o Sistema de Gestão de IDi”.

Um dos eventos decorreu em Lisboa, no dia 07 de Julho de 2009, nas instalações da Clarke, Modet & Cº, e o outro decorrerá amanhã, dia 10 de Julho de 2009, em Coimbra, no Hotel Quinta das Lágrimas, tendo início às 8h30.

A Vigilância Tecnológica é um instrumento de inovação que permite a disseminação do conhecimento e o desenvolvimento de novos produtos, assegurando a transferência tecnológica e a sua integração na empresa, potenciando atingir elevados níveis de desempenho industrial, sendo também um impulsionador da competitividade de um País. Trata-se de uma pesquisa realizada por equipas especializadas, que permite às empresas conhecer os desenvolvimentos tecnológicos e científicos que se estão a realizar a nível mundial, apoiando desta forma a tomada de decisões estratégicas de negócio e de lançamento de novos produtos no mercado.
A inovação é um processo que exige o conhecimento e relacionamento com o exterior no sentido de aceder a recursos e tecnologias que não existem no seu seio. Este é um conhecimento que permite que as empresas mantenham a sua competitividade, e evita o investimento em actividades de investigação e desenvolvimento redundantes.

Links complementares:
http://www.madrimasd.org/vigTecnologica/
http://www.esesme.com/technologywatch-pt
http://www.ilanet.com.br/cgi-local/portal/bin/view/Ilanet/VigilanciaTecnologica

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Workart - Uma Aliança Criativa

Imagination rules the world – Napoleon 

A construção de estratégias empresariais sustentáveis, capazes de gerar crescimento e emprego, passam pela combinação de recursos produtivos, de modo a criar uma vantagem dificilmente imitável e com alta capacidade de resposta ao mercado. É esta forma de inovação, sustentável, sem preocupações de a tipificar em inovação incremental ou radical, ou inovação de produto ou processo, que uma abordagem de base artística à gestão intenta. Esta abordagem toma o nome de Workart e pode ser definida, segundo Barry e Meisiek, como: um processo ou artefacto que, pelo seu carácter pouco usual, cria uma tensão dinâmica entre o conhecido e o recentemente apreendido, de modo a que num processo de aprendizagem se crie uma nova família de conhecimento, desenvolvendo as capacidades já adquiridas e adquirindo outras. Trataremos aqui um caso especifico de uma experiência de Workart. 


Os quadros superiores de uma empresa multinacional do ramo automóvel a operar em Portugal efectuaram 3 dias de actividades artísticas de modo a fortalecer os laços da direcção e com o intuito de desenvolver competências que lhes permitam encetar estratégias de diferenciação num mercado, altamente competitivo, a nível global. Assim, foram utilizadas 4 disciplinas artísticas: dança, escrita, pintura e teatro/encenação. Em paralelo foram ministradas duas palestras, a primeira de sensibilização e enquadramento das actividades que se iriam realizar e a segunda a versar sobre as semelhanças de dirigir uma grande orquestra internacional e uma empresa competitiva no mercado global. 

Os participantes, sem o saberem, escreveram, pintaram e, posteriormente, encenaram e interpretaram um conto infantil. As reacções do grupo, apesar da sua idade (média de 50 anos) e posição na empresa (direcção), surpreenderam pela positiva. Envolveram-se de forma empenhada e incorporaram em cada actividade as orientações dadas, mesmo nas actividades que de início poderiam ser alvo de maior resistência, quer pela sua complexidade, quer pela forma como tinham de sair da sua zona de conforto.

Embora este programa tenha contado com um tempo de desenvolvimento escasso, os efeitos no grupo foram imediatamente sentidos, havendo elementos a agradecer as ferramentas que, de forma aparentemente desprendida, ganharam e que poderiam ser aplicadas nos seus cargos. De facto, grande parte do grupo expressou, posteriormente, de forma directa ou indirecta, o ganho de competências de comunicação, tanto nas relações com clientes, como com colaboradores, de abordagem de problemas de forma diferenciada e que “agora” nas reuniões falavam mais com o corpo, com postura e com expressões, estando menos dependentes do dispositivo informático.

Links complementares:

• Workart – A Gestão e a Arte

http://www.fep.up.pt/investigacao/workingpapers/08.08.27_wp288.pdf

• Comunique Acção - A arte de provocar a descoberta

http://ideiasparacomunicar.blogspot.com/

• 1º Capitulo do livro Creative Alliances: The interplay between arts and business

http://www.creativityatwork.com/Newsletters/artfulcreation_ch1.pdf

• Sir Ken Robinson – Do schools kill creativity?

http://www.youtube.com/watch?v=iG9CE55wbtY