quinta-feira, 2 de julho de 2009

Workart - Uma Aliança Criativa

Imagination rules the world – Napoleon 

A construção de estratégias empresariais sustentáveis, capazes de gerar crescimento e emprego, passam pela combinação de recursos produtivos, de modo a criar uma vantagem dificilmente imitável e com alta capacidade de resposta ao mercado. É esta forma de inovação, sustentável, sem preocupações de a tipificar em inovação incremental ou radical, ou inovação de produto ou processo, que uma abordagem de base artística à gestão intenta. Esta abordagem toma o nome de Workart e pode ser definida, segundo Barry e Meisiek, como: um processo ou artefacto que, pelo seu carácter pouco usual, cria uma tensão dinâmica entre o conhecido e o recentemente apreendido, de modo a que num processo de aprendizagem se crie uma nova família de conhecimento, desenvolvendo as capacidades já adquiridas e adquirindo outras. Trataremos aqui um caso especifico de uma experiência de Workart. 


Os quadros superiores de uma empresa multinacional do ramo automóvel a operar em Portugal efectuaram 3 dias de actividades artísticas de modo a fortalecer os laços da direcção e com o intuito de desenvolver competências que lhes permitam encetar estratégias de diferenciação num mercado, altamente competitivo, a nível global. Assim, foram utilizadas 4 disciplinas artísticas: dança, escrita, pintura e teatro/encenação. Em paralelo foram ministradas duas palestras, a primeira de sensibilização e enquadramento das actividades que se iriam realizar e a segunda a versar sobre as semelhanças de dirigir uma grande orquestra internacional e uma empresa competitiva no mercado global. 

Os participantes, sem o saberem, escreveram, pintaram e, posteriormente, encenaram e interpretaram um conto infantil. As reacções do grupo, apesar da sua idade (média de 50 anos) e posição na empresa (direcção), surpreenderam pela positiva. Envolveram-se de forma empenhada e incorporaram em cada actividade as orientações dadas, mesmo nas actividades que de início poderiam ser alvo de maior resistência, quer pela sua complexidade, quer pela forma como tinham de sair da sua zona de conforto.

Embora este programa tenha contado com um tempo de desenvolvimento escasso, os efeitos no grupo foram imediatamente sentidos, havendo elementos a agradecer as ferramentas que, de forma aparentemente desprendida, ganharam e que poderiam ser aplicadas nos seus cargos. De facto, grande parte do grupo expressou, posteriormente, de forma directa ou indirecta, o ganho de competências de comunicação, tanto nas relações com clientes, como com colaboradores, de abordagem de problemas de forma diferenciada e que “agora” nas reuniões falavam mais com o corpo, com postura e com expressões, estando menos dependentes do dispositivo informático.

Links complementares:

• Workart – A Gestão e a Arte

http://www.fep.up.pt/investigacao/workingpapers/08.08.27_wp288.pdf

• Comunique Acção - A arte de provocar a descoberta

http://ideiasparacomunicar.blogspot.com/

• 1º Capitulo do livro Creative Alliances: The interplay between arts and business

http://www.creativityatwork.com/Newsletters/artfulcreation_ch1.pdf

• Sir Ken Robinson – Do schools kill creativity?

http://www.youtube.com/watch?v=iG9CE55wbtY

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