sexta-feira, 7 de agosto de 2009

OS PROBLEMAS DAS ESCOLAS: A CRIATIVIDADE “CONTRA” A INOVAÇÃO

Há pouco tempo tivemos oportunidade de trabalhar em resolução de problemas (http://www.apgico.pt/index_ficheiros/newsletter_Jun09.htm)com os professores do conselho pedagógico de uma escola secundária, bem cotada nos rankings do ministério.

Começámos por listar os desafios principais que afligem a escola: diminuição do abandono escolar, melhoria dos resultados dos alunos, melhoria do comportamento dos alunos, estimular o interesse pela aprendizagem, levar os professores a fazer investigação, trazer mais pais à escola, valorizar a auto-estima dos professores, melhorar a organização da sala de aula, simplificar o modelo de avaliação de desempenho e diminuir a carga burocrática.

Como só podíamos tratar de um problema, a escolha foi (para grande surpresa minha) "diminuir a carga burocrática", posteriormente reformulado para "simplificar os procedimentos burocráticos".

Iniciando com uma feroz crítica ao sistema e às sucessivas reformulações legislativas, que submergem por completo a escola, cedo ficaram claros dois aspectos: o ritmo de inovação imposta é incompatível com qualquer perspectiva de qualidade, pois ainda não se testou uma e já outra surge no horizonte; e é nos próprios (e não no legislador) que reside a maior tendência para a burocracia não produtiva. E se o grupo não podia controlar a primeira, já sobre a segunda produziu uma solução bem interessante: "O regulamento (qualquer regulamento da iniciativa da escola, por imperativo da lei) não pode exceder a extensão da lei que lhe deu origem".

E, a partir daí, foi desenhado um cronograma de realizações sobre toda a regulamentação ainda em vigor na escola. Podem crer que, se o problema for reduzido, esta escola terá descoberto a solução para grande parte dos males que afligem as nossas organizações, em especial as do Estado.

Assim, com criatividade, poder-se-á reduzir o impacto negativo das inovações impostas, que atingem, hoje em dia, qualquer organização, tornando muito difícil aos colaboradores preocuparem-se com aspectos importantes como a qualidade, o serviço ao cliente e mesmo a inovação que realmente interessa à organização. É este, também, o cenário que temos encontrado nas empresas com quem temos trabalhado. Apetece mesmo dizer: "contra a inovação disruptiva, a resposta é afirmar a criatividade construtiva":

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.